terça-feira, 5 de novembro de 2013

Alguns elementos que “identificam” o rock progressivo


Fonte de pesquisa: Enciclopédia do Rock Progressivo e Wikipédia (  com depoimentos do Wagner Tiso, Marcos Vinícius Trojan , David Paiva e Marcus Viana)

Letras que abordam temas como ficção científicafantasiareligiãoguerraamorloucura e história. Nos anos 1970 muitas bandas progressivas (principalmente alemãs) usavam letras de cunho político esquerdista. No entanto, o fator "letras" não pode ser utilizado para definir o rock progressivo já que as músicas instrumentais são mais importantes para o estilo. 

Álbuns conceituais, nos quais o tema ou história é explorado ao longo de todo o fonograma,  tornaram-se um conceito do estilo ópera rock , mas  era seguido nos álbuns "Progressivos". 

 Na época dos discos de vinis, normalmente eram usados álbuns duplos com capas com gráficos bastante sugestivos e muito completas, que remetiam ao conteúdo musical. 
Esse trabalho, bem elaborado, também influenciou muitos trabalhos de MPB no quesito " capas de LPs", pois muitos artistas começaram a seguir o mesmo estilo , fazendo capas e encartes como verdadeiros complementos artísticos e visuais para os fonogramas. 

O uso proeminente de instrumentos eletrônicos, particularmente de teclados como órgão   Hammond, piano, mellotron, sintetizadores Moog (moog modular e minimoog) e sintetizadores ARP, em adição à combinação usual do rock de guitarra, baixo e bateria. Além disso, instrumentos pouco ligados à estética rock, como a flauta (o mais utilizado destes), o violoncelo, bandolim,trompete e corne inglês.

Harmonias feitas com base em tríades,utilizando progressões não tão usuais ( não utilizam acordes com sonoridades "Maiores" ,como feitos na Bossa Nova e no Jazz), além da longa duração de cada música, são elementos importantes para identificar o "Progressivo". 




A história do Rock Progressivo no Brasil



Influências 


Texto escrito por Margareth Reali com colaboração de Marcos Vinícius Trojan 



 O Rock Progressivo começou a ser divulgado , no Brasil, no começo dos anos 60 e era nitidamente um gênero musical que vinha da influência da música clássica e do jazz fusion.

Em 1969 surge um marco para a repercurssão do Rock Progressivo no mundo :  o álbum " In the Court of Crimson King",  do King Crimson.

Após esse lançamento  grandes bandas também começaram a apostar no gênero "progressivo" como Pink Floyd, Genesis, Yes, Jethro Tull,Emerson Lake & Palmer, Renaissance (Destaque para o vocal feminino de Annie Haslan) etc.

Peter Gabriel já deu entrevistas dizendo que, após ouvir  o álbum "In The Court of Crimson King " decidiu como seria o novo trabalho do Gênesis, ou seja, "Progressivo", pois até 1969 o grupo havia feito 1 LP que não tinha nada dessa influência. 


Na história, passávamos pelo período da revolução cultural e sexual, que mudou o comportamento dos jovens e promoveu a quebra de tabus na sociedade, sobretudo após o advento da pílula anticoncepcional e a inserção de conceitos de liberdade que foram sendo identificados através da moda, da música , do cinema e outras artes.

Os anos 60 foi o período da “invasão britânica” de grupos como Beatles, Rolling Stones, The Kinks, Pink Floyd, Cream.

Nos EUA, fazia sucesso o rock ácido do The Doors, Janis Joplin, Jefferson Airplane e Jimi Hendrix.

A crise do “moralismo” acendia a promoção de festivais como Woodstock e Monterey.

Após essa efervescência , o “ Rock Progressivo” veio como uma reflexão para esse período anterior, revelando o lado introspectivo, contemplador dos seus artistas, que se aprofundaram na psicodelia e inseriram as influências da música clássica, jazz fusion, R &B e experimentalismo, usando novas tecnologias para entrarem nesse universo sonhador, principalmente através da sonoridade dos sintetizadores.

Os sub-gêneros foram aparecendo:  o  rock sinfônico, o space rock, o krautrock, o R.I.O, o metal progressivo e o metal sinfônico.

No Brasil dos anos 70,  surgiram 8 grupos que tiveram trabalhos de sucesso significativo, alguns de projeção internacional,  cujas apresentações foram  constantes e  influenciaram  gerações  seguintes. 

São eles :

 O Terço
 Som Imaginário
 Saecula Saeculorum – que deu origem ao Sagrado Coração da Terra
 Terreno Baldio 
 Casa das Máquinas
 Recordando o Vale das Maças
E a fase instrumental do grupo “Mutantes” e seu consagrado LP “Tudo Foi Feito Pelo Sol”



Em 1975, o Brasil teve um dos mais importantes festivais de Rock Progressivo : o Festival de Águas Claras, considerado o Woodstock Brasileiro.
Esse festival teve a participação dos seguintes grupos de rock progressivo:






Bacamarte

O grupo Bacamarte gravou o LP "Depois do Fim " em 1979, mas o lançamento foi em 1983.

Apesar de ser considerado um lançamento dos anos 80, década que prevaleceu o "neo progressivo" de bandas como o Marillion e IQ, o Bacamarte   é um dos mais importantes  grupos de Rock Progressivo  com características "setentistas" .

O grupo também se destacou por causa das vendas de LPs, pela Som Livre,  que alcançou números de álbuns internacionais importantes e sempre consta na lista entre os melhores fonogramas de Rock Progressivo do mundo. 



Rock Progressivo e Minas Gerais

Minas é o Estado mais musical do Brasil. Ainda hoje, a maioria das crianças aprendem um instrumento musical, têm aulas de piano e conhecimento sobre a música erudita.
A influência do barroco está nas suas canções populares, onde o” diablo” se convencionou, ou seja, os acordes não convencionais.

A influência da música regional e da música erudita está intrinsecamente ligada às composições dos grandes maestros do Clube da Esquina, como Wagner Tiso, aliada ao rock e ao jazz, gêneros importantes dos anos 60.

A leveza das guitarras dos Beatles , o folk e a música barroca, são elementos muito fortes no grupo “O terço”.


A música erudita sinfônica e o barroco, caracterizam o trabalho do Marcus Viana, no Sagrado Coração da Terra e no seu precursor , o grupo Saecula Saeculorum, que também apostava no virtuosismo. 




A volta dos grupos de Rock Progressivo dos Anos 70